RUBIACEAE

Bathysa cuspidata (A.St.-Hil.) Hook.f. ex K.Schum.

Como citar:

; Miguel d'Avila de Moraes. 2012. Bathysa cuspidata (RUBIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

551.250,693 Km2

AOO:

128,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie ocorre nos estados da Bahia, região serrana de Minas Gerais e Espírito Santo, na Serra do Mar em São Paulo e Rio de Janeiro, também no estado de Goiás (Germano Filho, 1999; 2012); entre 50-1000m de altitude (CNCFlora, 2011).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador:
Revisor: Miguel d'Avila de Moraes
Categoria: LC
Justificativa:

Espécie dependente de medidas de conservação e faz-se necessário estudos de genética, biologia reprodutiva e sistemas reprodutivos a fim de identificar fatores que possam estar causando declínio populacional. Com as informações disponíveis não está ameaçada, devido a ampla distribuição na Mata Atlântica, sem ameaça direta, embora tenha potencial farmacêutico. É auto-compatível e melífera, no entanto não se sabe da interferência de abelhas exóticas sobre a polinização e efeitos da autopolinização sobre depleção genética. É provavelmente extinta no Estado de São Paulo, mas sua distribuição parece ser mais concentrada nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia, onde ocorre em diversas unidades de conservação. Área de ocupação conhecida não é uma medida adequada visto que ocorre em ambiente florestal e o número de coletas é, provavelmente, inferior a ocorrência real.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita In Benth. et Hook. Gen. Pl. 2:49. 1876; K. Schum., In Martius, Fl. Bras. 6(6): 237. 1889. Distinta das demais pelas folhas muito grandes, membranáceas, verde-amareladas, estípulas grandes, caducas, conatas, que se abrem somente por uma das margens; suas flores são sempre 5-meras, brancas, com corola infundibuliforme (Germano Filho, 2007). O epíteto específico origina-se do latim cuspidatus, que significa dotado de cúspide ou ponta, referindo-se ao ápice das folhas. Nomes vulgares: "Quina-cinzenta", "Quina-do-mato" (Germano Filho, 1999).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Espécie utilizada para fins medicinais (Germano Filho, 1999).

População:

Flutuação extrema: Sim
Detalhes: Segundo Soares (2005) esta espécie apresentou um total de 14 indivíduos numa área de 0,344ha, em uma região de floresta atlântica interiorana em Araponga, estado de Minas Gerais. Thomas et al. (2009) aponta 3 indivíduos numa área basal de 42,2m² amostrada numa área transacional de floresta atlântica no sul da Bahia.

Ecologia:

Biomas: Cerrado, Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre em floresta ombrófila densa e floresta ombrófila mista (Zappi et al., 2009).
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry, 3 Shrubland, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland, 1 Forest, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane, 3.5 Subtropical/Tropical Dry, 3.6 Subtropical/Tropical Moist, 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude
Detalhes: Caracteriza-se por arbustos ou arvoretas de até 6m de altura; floresce de Abril a Julho, e frutifica de Julho a Maio (Germano Filho, 1999); espécie auto-compatível (Andrich, 2008).

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Vivemno entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, osquais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço,seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua áreaoriginal, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça deextinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismopredatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porqueexiste pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pelaespeculação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar florestaem área agrícola (Simões; Lino, 2003).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Agriculture
Adegradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espéciesexóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de ummanejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais desoja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano.Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde aerosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso degramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial àbiodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dosecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf eMelinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagensplantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo)está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzidacobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
4.4.3 Management on going
Espécie ocorre em Unidades de Conservação: RPPN da Serra do Teimoso, no estado da Bahia; Reserva Florestal do Rio Doce e Estação Experimental de Coronel Pacheco, em Minas Gerais; Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Parque Nacional do Itatiaia, Estação Ecológica Estadual do Paraíso e Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro; Parque Estadual Xixová-Japuí, em São Paulo (CNCFlora, 2011).
Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
Presumivelmente Extinta (EX) pela Lista Vermelha da Flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Bioativo
​A casca desta espécie constitue tônicos que são freqüentemente empregados no tratamento de anemias, caquexias, febres palustres, ancilostomíase, convalescência e etc. (Germano Filho, 1999).